quinta-feira, 28 de junho de 2012

Protetor Marcelinho - O melhor amigo dos animais!

Marcelinho apareceu no jornal e nós postamos aqui, como homenagem a esse querido amigo de causa.
Felicidades Marcelinho, parabéns pelo trabalho e que mais reconhecimentos como este apareçam em sua vida!
Por Marici Capitelli (marici.capitelli@grupoestado.com.br)

SOLIDARIEDADE> Vivendo praticamente de doações, o jovem Marcelo Vieira, 17 anos, ajuda a comunidade da Favela do Sapo, na Zona Norte, a cuidar de seus bichos.

Ele tem 17 anos e vale ouro. Pelo menos para os moradores da Favela do Sapo, no Jardim Santa Cruz, Zona Norte. É na porta de Marcelo da Silva Vieira que a comunidade bate a qualquer hora do dia e da noite para pedir socorro aos cães e gatos do bairro. Recorrem ao garoto, que vive sozinho, com potinhos nas mãos para implorar por ração, salvar bichos que foram envenenados ou que precisam de remédios.

Marcelo está sempre disposto, embora viva – como quase todos os vizinhos- em condições precárias. O que ele não tem de material, já que não possui qualquer renda, tem de amor pelos animais e de boa vontade para ajudar a comunidade. “Faço tudo o que está ao meu alcance”, conta, enquanto anda pelas vielas de terra, cercadas de casas de madeira, na beira de um córrego imundo. Grande parte dos barracos está sobre palafitas, inclusive o do herói da favela.

Pelo caminho, o Marcelo dos Cachorros, como é conhecido, é saudado pelos vizinhos e pelos cães que parecem reconhecê-lo. “Essa ai é a Esmeralda. Levei para castrar”, aponta para uma vira-lata. Essa é a Thuca. Estava com câncer e consegui sessões de quimioterapia e pessoas que pagassem. Conseguimos salva-la. “Thuca não vem correndo. Está com medo de Marcelo-afinal, no dia anterior, ele colocou remédio contra pulgas nos cachorros, “Se não fosse esse menino a minha cachorra iria morrer à míngua”, contou a dona de Thuca, Sandra Plantier, mãe de nove filhos.

Marcelo não tem sapatos. Só um chinelo de dedo. Mas não se importa. Toda semana pega um ônibus-com passes que ganha de uma protetora – e leva um animal da comunidade para castrar gratuitamente, “Só fico chateado porque não tenho como levar os maiores. Com eles não posso entrar no ônibus.”

O Barraco de um único cômodo-que não tem cama-ele divide com 12 cachorros e seis gatos. Para alimentá-los, ganha 20 quilos de ração por semana de protetores. “Mas essa quantia eu divido com os vizinhos. As pessoas vêm buscar com as bacias porque não tem dinheiro para comprar. “algumas clínicas veterinárias doam remédios. Marcelo liga para eles e conta a situação dos animais. “Eles me orientam sobre qual medicação devo dar. Sei que não é o correto, mas se for esperar pelos donos, os animais morrem ou sofrem durante dias.”

O Marcelo dos Cachorros é tão querido que ganha comida da vizinha Francisca Maria de Jesus, 69 anos, outra apaixonada por bichos. Tem 12 gatos e três cachorros, todos bem cuidados. “O Marcelo me ajuda muito com eles. Como é um rapaz sozinho, ofereço comida pra ele. Uma mão lava a outra.”

Ás poucas casinhas de cachorro que se vêem pela favela foi Marcelo quem conseguiu. Também é chamado nos casos de envenenamento comuns por causa do veneno colocado para os ratos. “Coloco carvão na água e dou para os animais. “Sempre dá para salvar. ”

Por causa do amor pelos bichos, o garoto precisou sair de casa. Quando a mãe érdeu o emprego e tiveram de se mudar para uma moradia menor, ela disse que os cachorros teriam de ser sacrificados. “Não aceitei. Eles eram a minha família. Decidi seguir meu rumo.”

O jovem foi parar na favela. O primeiro barraco foi comprado por R$ 500. Depois, enquanto trabalhou como tratador de animais, ganhando R$ 380, juntou dinheiro e comprou o atual, por R$ 2 mil. Mas teve de ser demitido por questões legais. O trabalho era considerado insalubre para um garoto de sua idade.

Ele parou de estudar na 5ª.série e sonha fazer um curso de banho e tosa. Quem puder ajudar Marcelo com ração e remédios...

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