quinta-feira, 12 de abril de 2012

Manifestação em Florianópolis usa tradição de malhar o judas para protestar contra violência


Em vez de malhar o boneco, pessoas podem colocar nomes e fatos que "personifiquem" o judas sábado (7)
 
   Nesse sábado (7), pelo quarto ano consecutivo, uma brincadeira séria, organizada por membros da Confraria do Mercado, grupos de protetores dos animais, Instituto Ecosul, WSPA (World Society for the Protection of Animals ou Sociedade Mundial para a Proteção dos Animais), e membros da sociedade, se utiliza de uma tradição florianopolitana para protestar contra a violência. Um boneco amarrado em uma das árvores em frente ao Camelódromo Municipal convidava transeuntes, florianopolitanos e turistas a escrever nele o nome ou o fato que representa o judas, mas a brincadeira para por aí mesmo.
 
    Há décadas a brincadeira de “malhar o judas” e a farra do boi eram comuns na Ilha, mas acabaram virando uma espécie de “malhar o boi”. No caso da “Farra do Judas” ou “Judas da Paz”, como ficou conhecido o movimento, ninguém malha o boneco, que é reciclado para o ano seguinte, garantem os organizadores.
 
Janine Turco/ND - Iniciativa pede que todos escrevem o nome de seu
Janine Turco/ND - Iniciativa pede que todos escrevem o nome de seu
“Quando eu era criança nós malhávamos o judas, corríamos atrás ou do boi, mas parece que as pessoas confundiram as brincadeiras”, diz ambientalista Henrrique Ortiga. Ele lamenta que hoje se defenda a bárbarie que se tornou a farra do boi, mas não se defendam as rendeiras de bilro ou as louças de barro. “O mundo já é muito violento, por isso nem ao menos malhamos o judas, que é praticamente o mesmo há quatro anos, reciclamos o boneco, tudo muito ecológico”, destaca Ortiga.

Para o comericante Paulo Roberto Crippa, 51, o "judas" é o prefeito da cidade, Dario Berger. “Tudo o que ele fez a frente da prefeitura teve segundas intenções. Tentou acabar com o horto, fez esse rolo com os radares e muito mais falcatrua. Ele não se preocupa com a cidade, apenas com os interesses dele, da família dele e dos seus partidários”, disse.

Já a professora Catarina Gewehr, 46, judas é a corrupção na política, que, garante, é a pior vioência que o brasileiro sofre hoje. “Ela (a corrupção) mina a fé no poder público, mina a saúde, a educação e a segurança. Os políticos hoje só se preocupam com seus interesses pessoais e deixam de lado a nação”, falou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário