Laica consta como disponível para adoção no site do canil de Coimbra, em Portugal (Foto: Divulgação) |
Quando a presidente da associação, Cristina Neves, chegou ao canil, “só lá estavam quatro cães e três cachorros”, conta uma das responsáveis pela Louzanimales, defendendo que tal situação demonstra “uma extrema falta de respeito para com a associação”.
“Nós compreendemos a superpopulação e tentamos selecionar, com o veterinário, os animais que tiverem de ser eutanasiados, não se pode aceitar é que não haja critérios para entrada e saída de cães”, explicou a responsável, sublinhando que um dos cães “ia sair no domingo e foi eutanasiado no sábado”.
A presidente da Louzanimales, Cristina Neves, considera que o ato não é justificável com a falta de espaço, nem pelos custos com a alimentação, na medida em que a “associação ajuda com alimentos”.
Animais com adotante foram mortos
“Foram mortos animais que estavam prometidos a adotantes, outros que poderiam ter sido encaminhados para famílias de acolhimento temporário e, inclusivamente, uma cadela esterilizada e chipada pela Louzanimales, pronta para adoção”, declara a associação, numa nota, onde refere que, “perante a gravidade da situação, a Louzanimales poderá reconsiderar a parceria com a autarquia, tendo sido solicitada uma reunião com o presidente da Câmara Municipal e o vereador do Ambiente”.
Note-se que a Câmara Municipal construiu recentemente novas boxes para abrigo de animais nas instalações provisórias do canil, espaço não homologado pela Direção Geral de Veterinária, tendo, contudo, em desenvolvimento, um projeto para a construção de um Centro de Recolhimento oficial legalizado.
De destacar, ainda, que a lei ainda permite a cruel eutanásia de animais errantes, situação que só poderá acontecer após a permanência do animal nas instalações de recolha municipais, por um período mínimo de oito dias, altura a partir da qual os animais passam a estar sob a inteira responsabilidade da autarquia que os recolhe.
Ao que o Diário de Coimbra apurou, esta não foi a primeira vez que foram eutanasiados animais sem comunicação prévia à Louzanimales, embora num número bastante inferior. “São assuntos que são reencaminhados para o vereador do Ambiente, mas as respostas são sempre inconclusivas e indiretas”, anunciou Cristina Neves, acrescentando que a onda de protestos da população que entretanto se gerou, saldou-se no recorde de cerca de 800 visitas, ontem, ao blogue da Louzanimales e inúmeros comentários de revolta nas redes sociais.
Câmara “não se envolveu com os sacrifícios”
Contatada a Câmara Municipal, o presidente mostrou-se perplexo com o sucedido. “Só tive conhecimento disso hoje e não tive hipótese nenhuma de apurar o que se passou”, explicou Fernando Carvalho, garantindo que “o veterinário executou as eutanásias sem qualquer orientação da Câmara”.
“A atitude não foi a mais correta nos termos da relação que temos com a Louzanimales, mas temos de analisar tudo”, anunciou o edil, esclarecendo que, antes de mais, há que apurar se o veterinário agiu além das suas competências.
Entretanto o autarca já agendou uma reunião com a Louzanimales, que deverá acontecer já amanhã de manhã, para averiguar a situação.
O vereador do Ambiente e vice-presidente da autarquia, Luís Antunes, afirmou ter já entrado em contato com veterinário que, supostomante, assassinou os animais e está recolhendo todos os dados necessários para que a autarquia possa se pronunciar. “Fomos apanhados de surpresa, não havia conhecimento da execução das eutanásias, e muito menos deste número”, anunciou o edil, sublinhando que, até agora, “a Câmara tem procurado sempre, dentro das suas possibilidades, colaborar com a Louzanimales”.
Fonte:ANDA
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